Executivo francês culpa e-mails por estresse de funcionários

Este artigo reflete com clareza que as pessoas não estão preparadas para o modo de vida à qual estão sendo submetidas, com o aumento do home office e a necessidade de alta disponibilidade. Leiam


Extraido da Folha Online - 25/09/2009


da Reuters, em Nova York


Um importante executivo da maior empresa francesa de telecomunicações, que vem enfrentando uma série de suicídios, alertou que o dilúvio de e-mails recebidos em celulares inteligentes e computadores pessoais estava causando estresse aos funcionários.


A France Telecom, que opera sob a marca Orange, está sofrendo escrutínio público porque 22 de seus funcionários cometeram suicídio e outros 13 tentaram se matar, do começo de 2008 para cá.


Embora Gervais Pellissier, vice-presidente de finanças da France Telecom, não tenha imputado às mensagens de e-mail que chegam sem parar a culpa pelos suicídios, ele afirmou que os funcionários de todas as grandes empresas estão sob mais pressão na era do BlackBerry.


"Hoje, para as pessoas trabalhando no mundo dos negócios, não importa em que nível, quer se trate de presidentes ou de funcionários de primeiro e até segundo escalão, a conexão é permanente", disse.


Pellissier afirmou ainda que alguns funcionários estavam claramente se sentindo muito pressionados devido à privatização da companhia --mas acrescentou que isso era agravado por novas tecnologias que fazem com que o trabalho interfira cada vez mais na vida pessoal.


"O funcionário médio de uma grande empresa 15 anos atrás não tinha celular ou computador em casa. Quando a pessoa ia para a casa, deixava o trabalho para trás", ele disse.


O popular BlackBerry, da Research in Motion, recebeu o apelido de CrackBerry nos Estados Unidos, onde alguns usuários dizem que são viciados em verificar e-mails.


Pellissier disse que essas práticas podem estar causando mais efeitos adversos sobre os funcionários do que sua empresa e outras reconhecem.


Como resultado, um funcionário frágil e em dificuldades provavelmente sofreria mais confusão, "com maior mistura entre a vida pessoal e a profissional do que no passado".


"Isso é provavelmente algo que não consideramos, e não apenas na France Telecom; é mais uma questão social mundial, o impacto das novas maneiras de trabalhar sobre o comportamento pessoal", disse Pellissier.

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